Os tempos livres da escola de S.José eram geridos pela Associação de Pais e funcionava muito bem. Inglês desde o 1º ano, monitoras competentes, natação no Ateneu, dança e sobretudo confiança. Eu sabia que a Camila estava bem entregue e que praticava actividades que eu podia escolher.
Agora é a desconfiança e o receio. Desconfiamos do processo da reforma do ensino 'escola a tempo inteiro', porque não sabemos nada. Quem é a empresa de ATL contratada pela CML? Que actividades vão ter? A Câmara vai ter em conta o protocolo com o Ateneu?
Nos bastidores teme-se o pior. Teme-se que isto seja só um grande negócio para quem montou empresas desse ramo ( murmureja-se o nome de uma 'tia' escritora cor-de-rosa, amiga do poder laranja e com acesso privilegiado à informação) e que a qualidade e o bem estar dos nossos filhos seja uma questão menor.
Sabemos que só vamos ter 3 funcionárias para tomar conta de 160 crianças ( as nossas competentes monitoras que também tinham essa função vão à vida), além da limpeza das salas.
Ontem fiquei a saber pelo DN que depende das autarquias. Loures e Sintra, por exemplo, as Associações de Pais vão continuar a ter um papel importante na gestão das actividades, mas que em Lisboa as associações vão ser um mero 'apoio à família'.
Considera-se que nós, os portugueses, não nos organizamos em grupo e que não exercemos o nosso direito de cidadania devidamente e em plena consciência, mas quando de facto a exercemos e nos empenhamos para um fim comum, o bem estar dos nossos filhos, deitam-nos fora, como se não existíssemos.
Que queres, dizia-me uma amiga, se a CML fosse da cor do governo, as coisas corriam de outra forma. ******, assim não dá!